Xeg Xeg - O Sistema

Eu vivo numa cidade, melhor eu vivo na periferia
Onde as pessoas suam bastante para ganhar o pão de cada dia
Sem dinheiro para comprar...80% da televisão anuncia
Políticos e empresários estão juntos na mesma orgia
Na qual fodem o povo, metendo ouro e dando cobre
Esperando k todos os outros
se contentem com aquilo que sobre
onde o sistema é corrupto, o k é corrupto só encobre
ou é impressão minha ou na prisão
eu só vejo gente pobre
Mas é na televisão, com tudo aquilo k vejo
Aumenta a minha ilusão, aumenta o meu desejo
Consumismo, materialismo
A necessidade burra
De ter bens materiais, a qual o sistema empurra
Se um vence outro perde, se um perde outro vence
Este é o sistema a qual a gente pertence
Um lugar pa dois homens, dois homens pa um lugar
E a guerra começa contra quem deverias amar
Sempre fez confusão porque é k as pessoas
Lutavam com os parceiros
Só entendi a situação
Quando comecei a precisar de dinheiro
O mundo parece k esta cego debaixo deste nevoeiro
E o sistema não permite k eu possa avançar primeiro
Mas eu avanço, ou pelo menos tento
A vida não dá descanso entre muralhas de cimento
São os tons de cinzento, da cidade a k eu pertenço
50% da população vive em bairros sociais ou em guetos
Armas, narcóticos, violências, putas
São a base da pirâmide onde a estrutura é corrupta
Deputados, ministros, policias, políticos
Propaganda, televisão, jornalistas, críticos,
( x2) Se informação e ilusão
São o suporte do sistema
Montado e preparado pa que fique
sempre tudo na mesma
Já me disseram que és pobre, nunca te disseram porque
Pois esse tipo de questão, não é debatido na TV,
Os policias não comentam, os músicos não falam
Porque não ouvem CDs
Então que se foda o sistema, que se fodam todos vocês
Fazendo rap, tento manter a alma acesa
O mundo assiste à globalização, globalização da pobreza
E da injustiça social
Neste inferno capitalista, neo liberal
É a luta no dia a dia em dita democracia
Cada um por si
Sem ideais nem filosofia
Começam com o desafio à bófia
A ordem e o sistema
Mas a única coisa que ponho em causa
É a sua vida pequena
É pena, porque isto continua tudo na mesma
A ordem instituída rouba, mata, prende
Mas continua serena
Fechada nos seus escritórios
Com ideais provisórios e projectos ilusórios
Se a maneira de mudá-los, remover ou alterá-los
Miúdas continuam a ter filhos
Sem condições para educá-los
Sem direito a abortar
Sem planeamento familiar
As ruas enchem-se miúdos que já deixaram de sonhar
O terceiro mundo produz, o primeiro consome
É lá que há a riqueza, é lá que há a fome
É o desequilíbrio, numa ordem mundial injusta
Importamos riqueza, comida e prostitutas
Apenas exportamos minas, bombas e armamentos
Enquanto houver guerra, tá garantido o fornecimento
E o desenvolvimento desigual
Então k se foda a América e o governo de Portugal
Na Europa nós andamos a pisar algo k cheira mal
Porque é da miséria do terceiro mundo
Que é feita a riqueza do mundo Ocidental!